“Redescobrir a nossa identidade (Igreja) à luz da Palavra de Deus”. É este o objectivo geral da Diocese de Braga para este ano pastoral.
Mas quê?! Será que não sabemos quem somos nem o que fazer para corresponder ao(s) que esperam de nós?
Quando o Senhor chamou Samuel (1 Sm 3, 10), ele também não reconheceu a Sua voz! Não fosse Eli, e talvez nunca lhe tivesse dado a devida resposta. Aconteceu com ele, e com muitos ao longo da nossa história cristã. A julgar pela influência (ou não influência) dessa Palavra na nossa vida, podemos dizer que a resposta que Samuel deu, ainda está por dar em muitos cristãos.
Será que o orgulho nos convenceu de que “essa Palavra já não me diz nada de novo, já a sei de cor e salteado”?
O Senhor não deixa de comunicar-se, essa é a verdade! Apesar de ser difícil, para muitos, ouvi-Lo e percebê-Lo, Deus continua a falar, a Sua Palavra não deixa de nos interpelar pessoalmente aqui e agora.
A nossa resposta será tão mais credível e audível quanto mais testemunhada em comunhão e com alegria. O Seu anúncio não perdeu a actualidade, nem é menos importante só porque é menos dito (até por nós, cristãos) e menos escutado.
Nos últimos 3 anos, a Diocese de Braga decidiu “tomar conta da Palavra que toma conta de nós”.
Devia ser hora (o Programa Pastoral diz: “é hora”) de produzir frutos e, a partir da Palavra, repensar a nossa identidade como Igreja; a nossa vivência e missão; o que é isso de ser cristão em comunidade, numa Paróquia.
A transmissão da fé não é uma acção de especialistas, mas de cada cristão, onde a escuta da Palavra de Deus, nos ajuda a discernir os Seus sinais na sociedade actual, e permite à Igreja vislumbrar o horizonte para o qual nos devemos orientar.
Ao vermos tantos cristãos que não encontram (não descobrem, possivelmente porque não escutam) o seu lugar na Igreja, podemos perguntar-nos: será que entendem a Palavra de Deus como sendo para eles também? Mas, se a entendem como dirigida a si, falta-lhes descobrir o seu lugar (cristão) na sociedade actual, o horizonte para o qual orientar o seu anúncio feito de palavras e vida.
Este ano, pela 1ª vez, acontece de não termos 1 Catequista para cada ano da Catequese. Pelos vistos, também aqui, a “efervescência” já foi chão que deu uvas", e o cansaço manifesta-se…, até nos mais persistentes.
Comentava, ainda há bem pouco tempo, que, um dia destes (mais ano, menos ano, e mais depressa do que pensamos!), devido ao isolamento e sentido de acessório a que estão votados os Catequistas, (cada vez mais a trabalhar sem retaguarda, de modo especial familiar) acontece-nos como nas escolas: fecham-se umas e deslocalizam-se as crianças para a Catequese noutra Paróquia…
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